terça-feira, 26 de junho de 2007

O valor do inestimável


O Santo Grão está vendendo um tipo de café a 20 reais.
Os grãos são extraídos na Indonésia das fezes de um mamífero similar a um gato.

A poucos metros dali, na mesma Oscar Freire, um morador de rua, sentado no balcão de uma lanchonete (onde o café custa 0,80 de real), ao saber da iguaria, ignora o processo de fabricação e comenta: “Não faz sentido um café tão caro. Afinal a maior parte do conteúdo é água, né?”.

Santa sapiência.



Fonte (de inspiração): Carta Capital, 20/06/07

teoria da massa de bolo


eu adoro poder mudar de opinião.

afinal, de que adianta ser assim, se não pode ser assado.


segunda-feira, 25 de junho de 2007

banho de gata

Eu odeio tomar banho!
E que fique claro antes de eufemisticamente me chamarem de francesinha imunda: eu adoro a sensação de limpinha que o banho me dá. O que odeio mesmo é o processo. Todo ele.
Eu até tenho um dedinho hippie, mas só na alma.
Explico-me:
Inverno. Na maioria das vezes tomo banho de manhã. Já é um parto sair da cama e pensar em tirar a roupa toda. Aí, eu ligo o chuveiro e politicamente incorretíssima, na contramão de toda onda SPFW, deixo a água fervendo cair... para esquentar o azulejo =) na esperança de acumular um pouco de coragem antes de me enfiar lá embaixo. Ready, steady, fui!
Fico em choque. Uns vários minutos tentando acertar a temperatura. E o ombro esfria, e as costas gelam, e a bunda congela. Ai sufoco!
Passada a aclimatação, shampoo. Repassa. Condicionador. Pausa para efeito. Repassa. Fase 1 completed.
Mas ainda não chegamos à metade. Porque tem a hora dos saboneteS.
Sim, o primeiro pro rosto, costas, peito. O segundo, líquido e específico (aquele, do PH). O terceiro para resto do corpo, com exceção dos pés, que exigem um quarto, esfoliante.
Finda a parte úmida, abre-se o box, a janela e mente para o ar gelado que adentra o recinto.
A parte mecânica: tira cabelo da parede, põe chinelo, penteia o cabelo, seca o cabelo, desodorante, e a saga dos hidratantes se inicia. 11 diferentes, ocean's eleven: 1. olhos, 2. boca, 3. rosto (com FPS), 4. pescoço e colo, 5. seios (óleo), 6. seios (creme), 7. barriga, 8. braços e pernas, 9. pés, 10. mãos, 11. cabelo.
Quando toda essa besuntação termina, estou liberada pra me trocar e sair.

E pronto, lá se foi 1 hora mal gasta do meu dia. No mínimo.
Ou seja, tomar banho é perda de tempo. Desde pequena eu queria inventar essa pílula. Do banho. Não consegui. Confesso, tentei pouco. E sobrevivo. Xingando com veemência minha rotina diária. Ou quase ; )

Sugestões para otimização? Aceito.

ERRATA: o homem que enlouquece as mulheres. (?)


Depois de críticas, retaliações, e de tentarem me pegar de porrada na esquina, gostaria de me fazer entender melhor.
Se ainda assim restarem dúvidas ou descontentamentos, pobrema dos senhores. E podem vir quente que eu já fiz boxe e tae kwon do.

Assumo sem dó, eu disse SIM que os homens são isentos de culpa quando enlouquecemos.
Porque eles não nos deixam loucas. Loucas já somos.
E é nossa culpa quando perdemos o controle. É nossa culpa quando deixamos que outra pessoa detone nosso equilíbrio. É nossa culpa nos sujeitarmos. E é falta de amor próprio doarmos nossa estabilidade emocional para o primeiro rabo-de-calça que aparece em nossas vidas!
(Ai, ai. Dói ouvir, eu sei. Supere. Domine-se.)

E por fim, o que é culpa deles (SIM, eles também têm):
. A insistência em ser fósforo enquanto somos pólvora pura (é só ler o rótulo: “não chacoalhe, sou nitroglicerina!”).
. O sadismo que têm quando nos percebem frágeis.

. A criação de um conto-de-fadas, no qual, vestidos de príncepe encantado, nos fazem acreditar que virão nos resgatar.
. A persistência em testar nosso (baixo) limite.
. O costume cômodo de se sentirem grandes quando nos fazem pequenas.
. O egoísmo quase inconsciente ao agirem inconseqüentes (pra depois darem play na mensagem padrão: “eu nunca tive a intenção de te magoar...”). Dããã. Poderiam ter evitado.
Homens, só pra constar, sua cabeça está em cima. Pensem com ela.
Por favor, nos façam esse favor.


Desde já, obrigada pela atenção.


quarta-feira, 20 de junho de 2007

Midas

ele me toca e meu coração dispara.
e ficará disparado por dias, o bobo.

"Open up your eyes
Then you'll realize
Here I stand with my
Everlasting love"

Hi-Lo

Two jumps in a week, I bet you think that's pretty clever don't you boy.
(...) You'd kill yourself for recognition, kill yourself to never ever stop.
You broke another mirror, you're turning into something you are not.
Don't leave me high, don't leave me dry.



eu sou do tipo
que não liga no dia seguinte.


terça-feira, 19 de junho de 2007

aprendizado "frase-de-caminhão"

se um dia você tiver dúvida de como agir, siga seus instintos.
é melhor ser julgado pelo que se é, do que pelo que se tenta ser.

o homem que enlouquece as mulheres. (?)

Eu conheço um cara assim. Que deixa as mulheres loucas. No mal sentido.
Mesmo, loucas: uma tenta se matar, a outra liga 90 vezes em 2 horas (perceba, não é uma hipérbole) e outra passa um ano em uma clínica de repouso.
Essas são das que sei. Fora aquelas que ele não me contou, mas que devem existir. Ah devem (ou não mais pois tentaram o suicídio e conseguiram).
Bom, o fato é que quem bebe dessa fonte, surta.

Aí, a pergunta: como ele faz isso?
Não sei se ele já racionalizou sobre (também porque não deve ser nada propositado).

Claro que there's something about him, or about the kind of woman he attracts or even the women that attract him. Seriam todos predispostos à insanidade? May be. Somos todos um pouco.
Mas endoidecer alguém não é um dom (atrair ensandecidos sim).
Porque na verdade, o cara é só o "meio", um mero agente. Deflagrador do caos, ele é o estopim de um processo já em andamento.
O importante é saber a origem da pólvora. I mean, sabendo a causa, poderíamos ter a vacina.

E assim, a pólvora:
O fato é que a comunicação entre Marte e Vênus sempre foi analógica, cheia de telefones-sem-fio. E mesmo sem intermediários, o que é dito não é o que se entende.
Mulheres são imaginativas, fantasiam, fertilizam, ampliam. Se querem ouvir "A", e o male diz "B", elas, autisticamente, entendem "BAAAAAA" (e o residual é só o AAAAAA).
E o homem, na ânsia heróica de salvar a princesa dos demônios (e course, comê-la no final) mete o pé pelas mãos, mete outras coisas também, e quando ela está lá, em seus braços, ele não sabe o que fazer e a joga no chão. Depois pede perdão. Depois tenta dizer "seria melhor se fossemos só amigos". E gagueja. E ela só entendendo o AAAAAAAAAAA. E no meio do abalo sísmico eles transam de novo. Aí fodeu.

Eles amam ar-condicionado. Nós não suportamos choque-térmico. Um dia querido e quente, no outro distante e gélido. "If u wanna warm me up, be the hottest guy I've ever met", mas se vai esfriar, que seja crioterapia nitrogenada. E jamais descongele. A variação climática mata a mulher.

Nascemos com DNA de Exupéry. Pequenas princesas que uma vez cativadas devem se cultivadas. E aí, a indignação na célebre frase "como VOCÊ pode fazer isso comigo?!!".
Plaft! Acordemos para a vida, queridas! As Simones de Beauvoir que me perdoem, mas Freud tinha lá suas razões sobre o "hyster". Nós e nossos úteros eufóricos, a beira de ataques de nervos. A histeria fisica esperando pela combustão. Resumindo: não provoquem. É cor-de-rosa-choque-elétrico.
É isso: sexo oposto, se não querem banana, não mexam no cacho.

Sim, mulheres, devemos idealizar menos, educar os ouvidos à literalidade masculina (wake up, if he didn't call, he's not in to u!) "Use your mentality, wake up to reality". Menos ficção, mais auto-estima.
E queridooos men, pensem duas vezes antes de se renderem ao desejo momentâneo. Atos têm conseqüências (e uma ação igual em sentido contrário). A dor-de-cabeça pode ser coletiva. E quando quiserem dizer algo, realmente digam e certifiquem-se que está compreendido por ambos. Combinados não saem caro (só os de sushi e sashimi).

PS: E quanto àquele que enlouquece, eu o absolvo, my dear.

Enfim, não há culpados. Apenas diferenças de expectativas.

sábado, 16 de junho de 2007

yellow submarine


well, well, spfw, me montei e fui pra festinha dos mudééérnus na Bienal.
ok, ok, propostas indecentes aparecem e planos mudam.
"karaokê na liberdade. só nosso grupinho..."
ok then, fui.

cheguei na suposta salinha privê, agora salão de festas, com 4 fileiras de chineses, coreanos e japoneses a escolher. de tudo quanto é qualidade (homem, mulher, magro, gordo, velho, novo, baixo, baixo. rarara).
oh my. gimme saquê.

uma imersão oriental. o submarino amarelo. e eles t-ooo-d-o-s cantam. dialetos que não compreendo. e rio atrás de ombros alheios.
me scarificaram com guimba de cigarro.
oh my. saquê. gimme more.

e a japa Spears arrasa na Madonna: "Feriado! Comemore!".

"o poder que nos levanta a força que nos faz cair". saquê.
gimme, gimme.

uma argentina com cara de Hugh Grant fuma non stop.
e todo mundo fuma. e eu bebo.

saquê. gimme all!

e o tiozinho ufanista: "Tela. Planeta ááááguaaaa. Telaaa."
quando dou por mim, tô rebolando ao som de Ivete Sangalo.
"in coma, I know, I know".
and ghhhimmmme, ghhhhhhhh


e percebi que 'se render' às vezes pode ser divertido.


quinta-feira, 14 de junho de 2007

minha cachorra está roncando.
e eu não consigo dormir.

who knows...

Eu só queria que você soubesse
o quanto me faz feliz uma frase sua,
mesmo que cuspida aleatoriamente.
Uma frase bem dita. Bendita.

Eu só queria que você soubesse
que se soubesse o quanto me faz bem com pouco,
ficaria comigo pra sempre,
só pelo prazer de ser uma pessoa útil,
pela facilidade que tens em fazer alguém feliz.

Mas não te quero assim por caridade,
e por isso você não sabe,
e talvez nunca saiba,
que eu queria que você soubesse.

terça-feira, 12 de junho de 2007

BREAK MY HEART!

quebre meu coração como vc fazia com a bala de menta no cinema,
e jogue-o pela janela como fazia com o papel dessa bala.
quebre meu coração como já quebraram o seu.
quebre para repor as figurinhas do álbum incompleto.
faça-o para confirmar que 'eu estava certa'.
amasse meus sentimentos, como o papel daquele desenho que ficou feio.

tire de mim o meu melhor, como daquele sorvete de groselha que pintava a sua língua,
e me jogue fora como o gelo desbotado que sobrava no palito.
e escorrerei pelos seus dedos, grudando em sua pele, manchando a camiseta branca e o canto de sua boca.
e quando vc crescer achará que era só água suja com corante,
mas se lembrará com ternura,
porque nenhum picolé italiano trará de volta o gosto da infância.
e no fim da sua ignorância pueril, perceberás que tal sabor existia mesmo só naquele momento.

e será tarde demais,
pois já terei derretido.


I think that you are not thinking about me.


e enquanto isso, na cozinha:

A: "Pica pra mim em quadrados pequenininhos..."
O: "Você quer dizer cubinhos, né?"
A: "... Hum, você tem razão. Porque cubos são quadrados, mas quadrados não são cubos."