sexta-feira, 18 de maio de 2007

currículo etílico


Eu bebo sim.
e estou morrendo. um pouco a cada dia.

Não me lembro da primeira gota, mas é de pequenina que se torce a garrafa de vinho!
final de semana, família italiana... pentelhinha hiperativa no sabadão meio da tarde, querendo saber a todo custo "o que vocês tão bebendo? eu quero!".
e assim, uniram o útil ao agradável, a sede com a vontade de beber, e com uns 5 anos eu já tomava sangria (tinto + água + açúcar). grazie avô fofo! e dormia a tarde toda para a felicidade da famiglia!
aos poucos os convenci de que tinha que ser puro. que a sangria era aguada. e que aguado eu não tomava! (eee, vinho + açúcar). "ehrrr, muito doce! não quero!" (eee, vinho "cowboy").

Aos 12 anos tomei meu primeiro porre. De licor de menta. E tomei a primeira ressacada na testa. De doer o crânio.
Jurei que bebida doce nunca mais! 'Eu sou é mucho macha!' E aos 14 ficava de pileque com whisky. Aos 15 com vodka. Com 16 beijava bocas de cerveja e me apetecia o gosto. Cheguei a competir e ganhar de um boy, tomando 12 latinhas numa sentada. Na minha primeira festa com Uncle Sam, o porre de BUD ('Wuz doooown'). Fuck the blondies!

Com 18 e um namorado mais velho, fui pros vinhos. Os brancos. Os espumantes.
Mas como enough is nothing, viva o Gin Tônica!

Voltei ao whisky. Em doses diárias. E com outro namorado, conseguia matar uma garrafa fácil.
E me joguei na noite entre sex on the beaches, jelly shots, flash power com whisky, com vodka, flash power com qualquer etanol.

A.A.h fígado infeliz!

E mais um namorado veio. E me convenceu a perdoar a cerveja. Uma heresia e um pack por dia.
+ Clicquot no churrasco, Clicquot na beira do rio. E uma garrafa de vinho francês à noite pra curar a insônia.

Esses namorados e a influência alcoólica...
Colapso hepático! Fermentei. Parei. E na abstinência me emancipei.

Hoje só bebo o que gosto. Tinto e caipirinha-de-qualquer-coisa. E mojitos, que conheci e consumi vorazmente nas duas idas à Cuba (e benditos comunistas, eles nunca me deram ressaca, por mais que eu me esforçasse hard!).

E agora bebo sem pressa.
Porque o alcoól estará sempre lá, cumulativo. Esperando para me esfaquear pelas costas, com um golpe certeiro no fígado, que se intoxica lentamente, até o dia em que, bem velhinha, morrerei ao comer um bombom de rum.